6 de março de 2008

Flor de Amar...

Os teus olhos dissera-me mil palavras de vento,
que escutei em silêncio, da janela da minha alma...
Fechada numa bola de sabão feita de ilusão,
deixei-me envolver nos seus braços...
Neguei a realidade, que num golpe certeiro,
me atravessou o peito como uma espada.
Cair... ou continuar a lutar, pelo meu sentir
e cuidar desse Amor que mesmo feito pedacinhos,
possuia o mesmo olhar, a mesma força,
a mesma Fé... inabalável.
Foi uma batalha longa, recheada de memórias,
momentos passados, sonhos que se esfumaram...
Hoje, vestida de branco e nua de ti,
levo uma rosa na mão... vou deixar que te vás.
A rosa que te deixo, significa tudo o que de bom para mim foste...
uma doce carícia com toque de veludo
nos contornos do meu coração...
um suave afago na minha alma,
um quente mas breve suspiro na minha vida...
e uma dor inacessível no peito,
um eco mudo com sabor a solidão,
um vazio no meu olhar além d'alma...
que me fez crescer, ser mulher,
tornar-me uma pessoa melhor.
Fica apenas a cicatriz, que permanece unicamente
como tatuagem feita a quatro mãos e,
sarada com as lágrimas caidas da alma...
que como todas as marcas, só o tempo atenuará,
deixando-a mais suave, imperceptivel aos olhos de quem passa e,
mais importante, ao teu olhar...
que de eco estridente, será somente mais um, no meio da multidão.
Porque há pessoas que foram feitas para não ficarem juntas...
tal como eu e tu...
Esta noite rebentei a minha bolha de sabão,
olhei para dentro de mim e, colhi a flor de Amor...
que deitei à brisa de sentires teus,
como gesto de gratidão...