5 de julho de 2009


Deitei-me sobre o teu peito,


Quente


Naquela pedra fria, jazida


Cascata de sentires


Do ser-te, do seres-me...


Numa fusão indescritível,


Comunhão de almas


Na pele...

29 de junho de 2009



"Nunca é tão fácil perder-se como quando se julga conhecer o caminho."

Encontrei, entre palavras soltas, na página de um jornal, esta frase...

Fez-me sorrir...

Talvez por me identificar com ela, tantas e tantas vezes ao longo da minha caminhada...

Porque nunca conhecemos verdadeiramente nenhum caminho, por muitas vezes que já o tenhamos trilhado, vai ser sempre diferente...

Há sempre tantas coisas que se nos escaparam, tantas outras que se encontram em constante transformação...

É... interessante ver, cheirar,... e conseguir sentir as coisas de formas tão novas, tão distintas... num mesmo lugar, com uma mesma pessoa, num mesmo caminho...


Deixo um beijo, grande... recheado* a todos os viajantes que passem por este meu trilho de sentires.

11 de junho de 2009

Sei que gostas de mim



Sei que gostas de mim


Embora diga que não...


Quando me perguntas.


Sei que gostas de mim


Quando os teus olhos


deixam de ser teus


e os meus olhos


deixam de ser meus...


tornando-se um só farol,


no rumo das nossas vidas.


Sei que gostas de mim


Quando me apertas contra o teu peito


Com o tudo de ti.


Sei que gostas de mim


Quando me sorris com o olhar


E suavemente me pegas na mão,


Como se de cristal eu fosse feita


(E me pudesse partir).


Sei que gostas de mim


Quando me fazes sentir tão especial


Simplesmente por estares ao meu lado.


Sei que gostas de mim


Porque ouves-me


As memórias mais sofridas.


Sei que gostas de mim


Em cada momento que me lês... em segredo.


Sei que gostas de mim


Porque beijas-me


os dias cinzentos.


Sei que gostas de mim


A cada amanhecer


em que me encontro


nos teus olhos...


Sei que gostas de mim


Porque do gelo fazes-me calor.


Sei que gostas de mim


Pelas horas, pela vida


que dás à minha vida.


Sei que gostas de mim


Pela doçura que sempre deposita


o teu olhar no meu.


Sei que gostas de mim


Porque me lembras o que é o essencial.


Sei que gostas de mim


Porque me chamas de princesa,


Mas sempre me tratas como uma rainha.


Sei que gostas de mim


porque me embalas todos os medos e todos os sonhos.


Sei que gostas de mim


Porque te preocupas,


Porque me escutas,


Porque me proteges,


Me acarinhas e me cuidas.


Eu sei... que gostas de mim...

20 de maio de 2009


Os homens da minha vida.

São sementes. Que envolvo nos meus abraços.

São tempo. São vida. São flores a germinar no meu peito.

Os homens da minha vida. São poucos.

Nos campos dos meus sentires. São espinhos. São ervas daninhas.

São esperança. São força.

Os homens da minha vida. Duplos sentidos. Na pele da minha alma.

Serei eu... sentimalista?

Por sentir a rejeição de caules passados, que o tempo já devera ter levado?

Numa espera intemporal, do apurar de uma explicação, de uma palavra... por ter secado, o amor que rogavas, por mim?

Serei eu... má filha?

Por não aceitar, não me resignar a uma realidade irracional que crias para me magoar?

Contaminando de veneno, raiva e orgulho os valores que me sustentam?

Qual espinho certeiro... espetado em cheio, no amor, maior de todos. O Amor... de filha e pai.

Serei eu... egoísta?

Por... querer mais? Por... precisar de mais? Por querer provas do amor que dizes ter-me.

Por dar-me a cada dia, na entrega incondicional, do que por ti sinto.

E esperar receosa, que também tu, queiras partilhar o teu mundo, a tua vida comigo...

Os homens da minha vida. São fogo que não se apaga.

Por muito que ardam no tempo.

São desilusão.

São expectativa no meu peito.

Os homens da minha vida. Apesar de tudo...

Foram amor. São amor. Serão sempre amor.

São sementes. Que envolvo nos meus abraços.

São flores a germinar no meu peito.

19 de maio de 2009



Às vezes, sinto. Que tenho o meu mundo... do avesso.


Sinto. Que nada consigo. Nada posso. Nada sei.


Às vezes. Como agora... Sinto a dor. A ecoar-me, a sufocar-me. A magoar-me.


A lembrar-me... Tudo. O que me aflige. Tudo... O que não posso controlar.


Às vezes. No meio da luz, sinto-me escuridão. Sinto-me... sombra.


De injustos sentires. Que me consomem, o riso dos dias...

2 de abril de 2009


Procura-se um Amante

Há muitas pessoas que têm um amante e, outras não o têm mas gostariam de ter. Há também as que o tinham e perderam. Geralmente são estas últimas que enchem os consultórios de psicologia para desabafar a tristeza que se apoderou delas e, os sintomas típicos que apresentam de insónia, apatia, pessimismo, crises de choro, ou as mais diversas dores.

Contam que as suas vidas correm de forma monótona e sem perspectivas, que trabalham apenas para sobreviver e que não sabem como ocupar o tempo livre. Enfim, são várias as maneiras que elas encontram para dizer que estão simplesmente a perder a esperança.
Antes de contarem tudo isto, já tinham percorrido outros consultórios, onde receberam as condolências de um diagnóstico firme: "Depressão!"... além da inevitável receita do anti-depressivo do momento.

Assim, depois de ler atentamente um artigo sobre isto e, de ter presenciado bem de perto uma situação semelhante, atrevo-me a afirmar que elas não precisam de nenhum anti-depressivo. Digo que o que elas precisam é de um Amante!
Seria interessante e deveras impressionante ver a expressão dos olhos de quem me lê, ao receberem o meu "conselho". De certo, haverá quem pense: "Como é possível que alguém se atreva a sugerir uma coisa destas?!".

Haverá também quem, chocado e escandalizado, esteja a colocar em causa os meus valores morais e, decida não continuar a ler-me até ao fim. Mas, aos que decidem ficar e não fogem horrorizados, eu explico-lhes o seguinte: Amante é "aquilo que nos apaixona". É o que toma conta do nosso pensamento antes de adormecermos e, é também aquilo que, às vezes, nos impede de conseguir dormir.

O nosso Amante é o que nos mantém distraídos em relação ao que acontece à nossa volta. É o que nos mostra o sentido e a motivação da vida.

Às vezes encontramos o nosso amante no nosso namorado, ou marido, outras vezes, em alguém que não é nosso namorado nem marido, mas que nos desperta a maior paixão e sensações incríveis.Também podemos encontrá-lo sob outras formas... na literatura, na música, na política, no desporto, no trabalho, na necessidade de nos transcendermos espiritualmente, numa boa refeição, no estudo, ou no prazer obsessivo do nosso “hobbie” preferido.

Enfim, Amante é "alguém" ou "algo" que nos faz "namorar" a vida e nos afasta do triste destino de "ir vivendo". E o que é... "ir vivendo"?

"Ir vivendo" é ter medo de viver. É apenas sobreviver. É vigiar a forma como os outros vivem e importarmo-nos mais com o que acontece nas suas vidas do que com o que realmente acontece na nossa, é o deixarmo-nos dominar pela pressão, andar por consultórios médicos, afastarmo-nos do que é gratificante, é aborrecermo-nos com o calor ou com o frio, com a humidade, com o sol ou com a chuva. "Ir vivendo" é adiar a possibilidade de viver o hoje, fingindo contentarmo-nos com a incerta e frágil ilusão de que talvez possamos realizar algo amanhã. Não é um “clichê”, apesar de ser algo que no fundo todos sabemos. Por favor, não se contentem com "ir vivendo". Procurem um amante, sejam também um amante... e um protagonista na vossa vida!

Já diz a psicologia:
"Para se estar satisfeito, activo, e se sentirem jovens e felizes, É PRECISO NAMORAR A VIDA".

P.S.: Para que conste, não estou aqui a criticar nem a julgar ninguém, tão pouco a incentivar a trairem o vosso parceiro.
Sejam amantes da Vida. Façam. Aconteçam. Não desistam nunca! Leiam uns quantos artigos do livro: "Hay que buscarse un Amante". E amem... amem muitíssimooo! ;)

16 de fevereiro de 2009


Quando paramos o mundo,


o tremer de respirares tão forte


escreve o teu nome no meu.


(Re)anima-me da angústia


que me toma


na tua ausência.


Quando paramos o mundo,


agarras-me o sorriso


com o enlace do toque,


que me despe os sentidos


que me veste de Ti.

9 de fevereiro de 2009


Deitada


sobre o parapeito da vida


assisto, reticente,


aos círculos egocêntricos


que criamos em nós.


São escolhas, caminhos, ruelas vivas...


Sede insaciável


de factos, pessoas ou locais,


do que não temos,


no momento que vivemos.


O encolher de ombros


acompanhado de um inconformado “sim”,


“quero”, ou “gosto”...


Verdade que rebola


para baixo de um véu.


A incapacidade


não aceite, oculta,


expremida à exaustão...


Com o intuito único


de parecer mais forte, mais perfeito,


mais integrado, ou mais aceite...


Moldamos a pele, os sentires,


ao que não somos.


Recolhemos os braços e os sonhos...

...

Ninguém sabe quem és,


até que as abras...


as tuas asas.

28 de janeiro de 2009


Suspiro


que sustém o tempo,


na respiração cantada


do abraço... do beijo...


da tua, na minha...


pele.


Deslumbrante olhar, o teu,


que murmura os passos


ao movimento...


dos meus.


E a mão, tão leve,


parece pluma que flutua


na envolvência...


do toque.


Dança...


de sentires amantes


onde me declaro,


apaixonadamente...


Tua.

18 de janeiro de 2009

No arame das emoções... (2)


Sento-me firme sobre os ideais que sonho conquistar, num êxtase de alegria e medo, lágrimas e força.

Num balançar de sentires, impulsiono-me para a frente... e quase que toco o sonho com a palma das mãos. Para logo em seguida a recordação me sugar os pensamentos, as certezas, num amplo voo à retaguarda...

E neste vai e vem, construo uma ponte que se faz caminho entre o partir e o ficar... numa mistura tão estranha como poderosa.

A saudade aspira ao vento, balançando e rangendo, rangendo no balançar... Sinto uma falta dos sentidos acesos, um vazio imenso de tantas coisas...
Tenho saudades da minha casa, dos mimos e de sentir a presença da minha mãe... do sorriso das minhas amigas de sempre... do olhar da cidade, tão intensamente revelado, a cada amanhecer...
Aconchego o meu sangue na magia de um Amor, profundamente intenso e sereno... que me adoça e preenche, me queima e me faz feliz. Este Amor, és tu e eu.

Encontro de vontades, que escolho sem hesitar. Onde tu estiveres eu quero estar.

O sentido da minha vida és tu. Porque... só contigo posso tocar o céu com as mãos... e com o coração.